Prometido há
muito tempo (a lei é de 1997) a identidade única aqui no Brasil, que seria um
único documento para substituir carteira de identidade, unificar o CPF e titulo
de eleitor e o numero de identificação do social do trabalhador, tudo em um
cartão de plástico com um chip um modelo contra a fraude, o custo seria de 40
reais e ate um cronograma de implementação do RIC foi anunciado. Esse projeto
esta sempre sendo rediscutido, mudado e adaptado, mas nunca chega em um
consenso, já deveria ter sido implementado em 7 cidades no Brasil inclusive em
Brasilia chegando a um total de 100 mil brasileiro com usando RIC, mas ainda
nada foi colocado em pratica.
Em Portugal
existe o Cartão de cidadão que sem limite mínimo de idade, começou a ser
implementado em forma de experimental em meados de 2006-2007, este cartão
substitui não só o bilhete de
identidade (ainda
em vigor), como também outros documentos, nomeadamente, o cartão de beneficiário da Segurança Social, o cartão de
utente do Serviço Nacional de
Saúde,
o cartão de contribuinte e o cartão de eleitor. O principal
objetivo era reduzir o número de cartões de identificação necessários para o
cidadão se apresentar perante as instituições do Estado. Os cartões contem um
chip que segundo o governo português, permite garantir a privacidade dos dados,
onde os dados médicos não poderiam ser lidos por funcionários das finanças. O
Cartão de cidadão teve contestações, como seu preço que seria em torno de 15 euros
(mais barato que o brasileiro), também foi levantado à integridade dos dados
contida nos catões. No modelo de Portugal os números de identificação do
cidadão continuarão a ser os antigos números do Bilhete de Identidade,
Segurança Social, Sistema Nacional de Saúde e Finanças, e continua a não haver
cruzamento direto de dados.
A identidade
única vai trazer inúmeros benefícios como alta produtividade, mais prevenção ao
crime, melhora no atendimento médico, diversão interativa, conveniências
burocráticas, dificuldades de falsidade ideológicas, diminuição de documentos
oficiais, entre outras. A identidade única o RIC impedira que uma pessoa possa
ser condenada por tráfico no Estado de São Paulo, fugir de lá, chegar ao Estado
de Mato Grosso, conseguir uma nova identidade e ficar trabalhando ali por muito
tempo ou cometendo novos delitos com identidade falsa, dificultando o trabalho
da polícia. Com a adoção da identidade única, isso vai ser praticamente
impossível. Por isso a importância do Projeto AFIS no combate também ao tráfico
de drogas. Mas o ponto forte do RIC e ter todos os documentos em um único documento.
Por outro lado o
RIC tem seus pontos fracos como menos e menos privacidade. Quando colocam em
uso essas tecnologias, governos e companhias privadas repetem à exaustão o belo
e convincente discurso sobre os benefícios que elas trazem. O ponto chave é que
em um único cartão/documento estará armazenados muitos dados e que esses dados
serão controlados pelo governo assim podendo rastrear todos que possuem a
identidade única. A The Economis defende que "A maioria das pessoas
concorda em dar alguma informação sobre elas mesmas para poder votar,
trabalhar, comprar, fechar um negócio, sociabilizar ou mesmo emprestar um livro
de uma biblioteca. Mas exercer o controle sobre quem sabe o que
sobre sua vida também tem sido uma característica essencial de uma sociedade
civilizada” e de acordo com a Privacy International, uma organização
não-governamental com representantes em 40 países, "a existência do
histórico de vida de pessoas em centenas de bancos de dados, necessariamente
não relacionados, é uma condição importante de proteção da privacidade. Mas,
quando se reúnem esses dados em uma rede interligada, você torna essa proteção
absolutamente vulnerável".
O fato que o RIC
tem um preço para ser pago por todos os brasileiros onde cada cartão custa 40
reais, tem pontos positivos que não nos faz entender por que ainda não foi
implementando, mas olhando friamente o projeto se vê muitas falhas e um grande
controle de dados pelo governo, o projeto continua sendo discutido e ajustado,
a implementação do RIC não será fácil de chegar a um meio termo onde somente
haja benefícios e os pontos fracos sejam eliminados. Opinião que
corrobora um relatório produzido há dois anos pelo governo britânico:
"Para que um esquema de identidade única funcione, será necessário criar
um banco de dados nacional. Isso significa dizer que os vários departamentos do
governo poderão colher, transferir e guardar informações sobre o cidadão de uma
forma muito mais fácil do que hoje. O que aumenta muito o risco de que a
informação seja usada fora do contexto em que foi colhida. Decisões serão
tomadas sobre você com base em dados imprecisos, irrelevantes ou incompletos.
E, uma vez que o erro é cometido, ele pode se repetir várias vezes",
alerta o relatório, invalidando a argumentação de que, se você é inocente, não
tem nada a temer.
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